Meus destaques do livro “Igreja em missão: acolhendo com possibilidades do Sebasitião M. de Oliveira #469
Meus destaques do livro “Igreja em missão: acolhendo com possibilidades do Sebasitião M. de Oliveira #469

Meus destaques do livro “Igreja em missão: acolhendo com possibilidades do Sebasitião M. de Oliveira #469

Uma leitura que amplia horizontes

Em 2024, tive a oportunidade de ler o livro Autismo na Igreja”, escrito por um pastor e sua esposa que se descobriram pais de uma criança no espectro autista. Foi uma leitura extremamente instrutiva, especialmente por me permitir compreender com mais clareza os desafios e as possibilidades que envolvem a formação de um ser humano nessas condições.

No dia 22 de maio de 2025, concluir a leitura de Igreja e Missão: Acolhendo com Possibilidades”, do advogado Sebastião de Oliveira. Trata-se de mais uma obra enriquecedora, que nos convida a refletir sobre a maneira como lidamos com pessoas que enfrentam condições atípicas ou limitantes.

Diante disso, compartilho aqui alguns dos destaques desta leitura, que pode ser útil a todos que desejam se relacionar melhor com o próximo — inclusive superando preconceitos e estereótipos tão enraizados em nossa cultura.

O primeiro destaque é um apelo poético e profundo do autor:

“Para que juntos sejamos uma igreja que abraça mesmo sem braços, caminha ao lado de quem anda sobre rodas, compartilha ministérios visionários com os que não podem enxergar e ouve os sinais dos que são ouvidos através de gestos.” (p. 11)

Até ler este livro, eu não sabia que mais de 50% dos milagres de Jesus envolveram pessoas com algum tipo de deficiência. Por vezes, o preconceito ou a falta de empatia são tão grandes que impedem essas pessoas de terem acesso à espiritualidade — algo de que também necessitam profundamente. Afinal, como bem expressa o autor:

“A pessoa com deficiência não é diferente, mas singular.” (p. 16)

Mais uma vez, a igreja é chamada a ocupar a vanguarda de movimentos que promovem impactos positivos em toda a sociedade. Afinal, todos nós convivemos, direta ou indiretamente, com alguém que possui algum tipo de deficiência. E se realmente somos cristãos, não podemos esquecer que o Deus da Bíblia não faz acepção de pessoas:

“Da mesma forma, o verdadeiro discípulo de Cristo, influenciado pelo Espírito Santo, ao se deparar com a realidade de uma pessoa com deficiência, aceita, adapta-se e promove a dignidade humana a essa pessoa.” (p. 19)

Com o tempo, a forma de se referir a essa realidade foi mudando. A década de 1940 foi marcada pelo assistencialismo. Já nos anos 1950, usava-se o termo “deficiente”; nos anos 1960, “portador de deficiência”; e nos anos 1970, “portador de necessidades especiais”. Foi apenas nas décadas seguintes que o conceito de inclusão começou a ganhar força.

Essas mudanças refletem uma evolução importante:

“Houve um reconhecimento gradual da importância de tratar as pessoas com deficiência com respeito, dignidade e igualdade. A alteração na terminologia reflete uma mudança ampla nas atitudes e percepções em relação à inclusão e à valorização da diversidade humana. Somos chamados a seguir o exemplo de Jesus, que demonstrou amor, compaixão e respeito por todos — de todas as raças, idades, classes sociais e deficiências. Utilizar linguagem e abordagem inclusiva reflete nosso compromisso em acolher e valorizar todas as pessoas, inclusive as com deficiência. Tal iniciativa criará um ambiente de amor, empatia e compreensão, em que todos se sentirão acolhidos e integrados à comunidade da igreja.” (p. 20-21)

Um último dado que me chamou atenção: no censo do IBGE de 2010, 24% da população brasileira declarou ter algum tipo de deficiência. Isso reforça a importância da decisão tomada pela Conferência Geral da Igreja Adventista do Sétimo Dia em 2022, ao incluir no Manual da Igreja um capítulo específico sobre o Ministério Adventista das Possibilidades, com sete áreas de atuação: surdos, cegos e pessoas com baixa visão, deficiência física e mobilidade reduzida, saúde mental e bem-estar, enlutados, cuidadores, idosos e crianças em situação de vulnerabilidade. (p. 34) O lema desse ministério é:

“Todos somos valiosos, talentosos e necessários.” (p. 37)

Mas o que fazer quando não temos uma deficiência ou não convivemos diretamente com alguém que a possui?

O livro nos dá algumas orientações práticas que valem para todas as interações humanas:

  • Lembre-se da “regra de ouro” do cristianismo: “Portanto, tudo o que vocês querem que os outros lhes façam, façam também vocês a eles. Pois esta é a Lei e os Profetas.” (Mateus 7:12, NVI). Isso inclui chamar a pessoa pelo nome e nunca fazer uso de termos depreciativos ou de chacotas.

  • Chame a pessoa pelo nome e jamais use termos depreciativos ou de chacota.

  • Comunique-se com calma, de frente para a pessoa.

  • Seja paciente, permita que ela se expresse no seu ritmo e esteja disposto a repetir informações ou oferecer esclarecimentos quando necessário.

  • “Evite generalizações sobre as habilidades ou limitações da pessoa com base em sua deficiência. Reconheça que cada indivíduo é único e pode ter diferentes capacidades e interesses.” (p. 44)

  • Respeite a autonomia e a independência. Embora seja importante oferecer ajuda, também é essencial não presumir que ela será sempre necessária. Permita que a pessoa expresse suas preferências e necessidades. (p. 49)

“Lembre-se de que somos chamados a refletir o caráter de Cristo em todas as interações.” (p. 41) Dessa forma, a igreja será um lugar onde todos se expressam, compartilham experiências de fé e se sentem verdadeiramente incluídos na família de Deus. (p. 43)

É fundamental termos em mente que a pessoa com deficiência não tem sua humanidade diminuída por essa condição. Podemos não vivê-la hoje, mas todos estamos sujeitos a enfrentá-la em algum momento — enquanto estivermos deste lado da eternidade. E é muito provável que, se acometidos por qualquer deficiência ou condição limitante, sigamos desejando ser tratados com a mesma dignidade com a qual sempre fomos tratados.

Que esses destaques o incentivem à leitura completa do livro. Lá, você encontrará orientações ainda mais claras e práticas — não apenas para o relacionamento com pessoas com deficiência, mas para qualquer interação com outro ser humano. Afinal, como diz a canção:

“Somos todos iguais, mesmo sendo diferentes.”

Com estima cristã,
Reynan Matos

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No mais, sigamos vivendo tão somente para honra e glória de Deus,
Que o amor por Cristo seja nossa motivação!