Entre tantas lições que aprendi com vocês, por meio de conversas, encontros, reuniões, situações e observação, destaco o seguinte:
É possível uma vida harmoniosa em comunidade, a despeito das dificuldades originarias das personalidades que a compõem, desde que aja disposição para viver para com o outro o amor que se recebe de Cristo. E isso testemunhei vivendo entre vós…
Teófilo Otoni – MG, a cidade das pedras preciosas, logo no primeiro ano da faculdade tive a oportunidade de passar por essa cidade enquanto me dirigia de Cachoeira – BA, para Muriaé – MG afim de colportar (arte cristã de vender livros). Nunca pensei que um dia iria residir nesse lugar, e não imaginava de como era grande essa cidade.
Antes de estabelecer residência nessa cidade tive a oportunidade de ficar por uns 45 dias na casa de um Grande Amigo o Jean Viana, a colportagem também foi a razão dessa experiência, isso se deu praticamente um ano depois que eu havia passado por essa cidade pela primeira vez. Sou imensamente grato a Deus pelos lugares que Ele tem nos levado, e pelas pessoas que encontramos, é verdade que o cristianismo tem entre os verdadeiros cristãos como o caso do Jean e sua família, falsos cristãos, mas o valor dos cristãos verdadeiros e suas obras, ofuscam completamente o mal testemunho daqueles que ainda não foram verdadeiramente convertidos…
Pois bem, formado em teologia no final de 2016, fui um dos que não tinham um chamado oficial para exercer o ministério pastoral, e mais uma vez os irmãos em Carlos Chagas, e mais uma vez na pessoa do Daniel, organizaram para que pudéssemos ficar com eles ao menos pelos próximos dois anos, apoiados pelo Pr. Marlon (era quem os pastoreava na época), trouxeram a nossa mudança para de Cachoeira – BA para Carlos Chagas – MG, contudo, não havíamos nem desembalado a mudança por completo e na primeira semana de Janeiro / 2017 o Pr. Kleber Reis (Presidente da AML) me ligou com um convite para atuar ainda que de maneira contratual e não oficial como Pastor do Distrito do CATO, o que foi prontamente aceito.
Sobre o projeto em Carlos Chagas, os irmãos lá compartilhavam conosco do desejo por um chamado oficial, e havia uma possibilidade de que isso pudesse de fato ocorrer e por isso me foi pedido que caso o chamado se efetivasse eu teria o compromisso de providenciar alguém para ficar com eles pelos anos que eu ficaria, o que foi cumprido através do Pr. Roberto que também havia formado comigo, mas que de igual modo também não havia recebido um chamado oficial junto as instâncias superiores da igreja para atuarmos como tal. (Hoje 2021, ambos nos encontramos oficialmente no quadro de obreiros da AML)
Ao chegar no Distrito do CATO minha alegria era e ao lembrar continua indescritível, o desafio da capelania escolar, e a oportunidade de pastorear duas igrejas (Vila Verônica e Eucalipto), era exatamente algo para o qual vinha me preparando desde os 16 anos de idade, no seminário tive a oportunidade de fazer um curso de capelania educacional ministrado pelo Pr. Capelão Kenyo, o que me foi de muita utilidade, mas com certeza o meu maior sucesso para ter durado com alegria na atuação escolar foi graças a Neide (coordenadora pedagógica do Colégio Adventista de Teófilo Otoni), sempre muito solicita e compreensiva com as minhas limitações, tanto de formação quanto pessoal.
Além do desempenho na escola, pude administrar uma agenda semanal que buscasse atender também as demandas de uma rotina congregacional, e se essa passagem teve algum sucesso, isso foi possível em grande medida graças a forte liderança de ambas as comunidades, aqui representadas pelos nomes daqueles que eu mais importunava:
Fernando como diretor da igreja no bairro Eucalipto, um comerciante, que cuidava desse grupo com um zelo admirável.
Já a igreja de Vila Verônica tinha um corpo de ancionato um pouco maior, mas vou aqui ressaltar o nome do Paulinho, pq sei que os demais que lerem e conhecerem do contexto saberão que embora eu não fizesse uso de um primeiro ancião, o Paulinho atua dessa maneira sem que essa condição seja oficialmente formalizada.
Para quem estava começando como eu, a oportunidade de conviver com pessoas de uma liderança tão harmoniosa foi extremamente importante, tanto no CATO, como nas congregações, a unidade sempre presente na igreja me foi uma prova de que sim é possível essa vida em comunidade, não estou aqui descrevendo um quadro romantizado de que não havia dificuldades, mas elas eram normalmente resolvidas por meio da experiência da mesa, quando nos reuníamos como irmãos, embora de famílias distintas, para juntos comermos, orarmos e desfazermos a indiferenças criadas.
Deus seja louvado pela vida de todas as essas pessoas, bem como das tantas que não tive condições de mencionar, mas que mantemos em nossa mente, coração e orações.
Com estima Cristã!