A Bíblia é a espinha dorsal de “Embaixadores do Reino”, trazendo princípios que Camila Russo aplica às finanças. O versículo mais recorrente é Provérbios 13:11: “A riqueza que se ganha depressa diminui depressa, mas a que se junta aos poucos torna-se grande” (cf. p. 50, 84), enfatizando paciência e disciplina. Mateus 6:33: “Buscai primeiro o Reino de Deus e a sua justiça” (p. 12) também ecoa como um chamado à prioridade espiritual. Ela também faz uso de Personagens bíblicos para ilustrar lições práticas e espirituais:
- José: Exemplo de administração e planejamento, aproveitando a fartura para os tempos de escassez (Gênesis, p. 8).
- Davi: Exemplo de prosperidade com um propósito: conquistou e acumulou riquezas sem confiar nelas (Salmos 62:10, p. 8-9).
- Bens multiaplicados com negócios como lavouras, vinhedos, plantações de uvas, azeitonas, figos, e rebanhos de gado, ovelhas, camelos e jumentos, administrados por homens competentes (1 Crônicas 27:25-31, p. 17; p. 80-81).
- Prosperou com a ajuda de Deus (2 Samuel 22:36, p. 17).
- Pedro: Exemplo de desprendimento, abandonou tudo para seguir Cristo, mostrando que a verdadeira riqueza é espiritual (Marcos 10:28-30, p. 109).
- Paulo: Exemplo de contentamento, ensinado a satisfação com o básico e a generosidade com riquezas (1 Timóteo 6:6-8, 6:18, p. 110).
- Moisés: Exemplo de renúncia, abriu mão do palácio para cumprir sua missão (Êxodo 2:15, p. 105).
- Rute: Exemplo de fidelidade, escolheu um propósito maior acima de sua cultura (Rute 1:16, p. 105).
- Viúva de Sarepta: Exemplo de humildade, pediu ajuda em tempos difíceis (2 Reis 4:1-7, p. 70).
- Neemias: Exemplo de sacrifícios, deixou uma posição privilegiada para reconstruir Jerusalém (Neemias 2:5, p. 106).
- Zaqueu: Exemplo de transformação, abandonou a ganância por Cristo (Lucas 19:8, p. 106).
- Jovem dos pães e peixes: Exemplo de generosidade, entregou tudo o que tinha a Jesus (João 6:9, p. 104).
- Jovem rico: Exemplo de apego, não conseguiu desapegar-se das riquezas (Marcos 10:21, p. 77, 105).
- Servos da Parábola dos Talentos: Exemplo de mordomia, multiplicaram recursos com diligência (Mateus 25:16-18, p. 79, 106).
- Heróis da Fé: Exemplo de que o que homens e mulheres fizeram, homens e mulheres podem fazer. Viveram como peregrinos mirando a pátria celestial (Hebreus 11:13, 16, p. 11, 91).
Se você tiver acesso ao conteúdo deste livro e, caso não seja possível lê-lo com a devida calma, priorize os capítulos 1 – Embaixadores: na pobreza ou na riqueza, 20 – Embaixadores: custe o que custar e 21 – Pés na terra, olhos no céu, pois tenho razões para crer que eles irão mudar ou contribuir significativamente para sua forma de pensar e lidar com o dinheiro.
Máximas e Perguntas Profundas
O livro provoca reflexões sobre dinheiro, fé e administração, com verdades incisivas e perguntas que desativam a introspecção:
Máximas:
- “As adversidades chegam para todos.” (pág. 5)
- “A felicidade não é alcançada pelo acúmulo de bens materiais.” (pág. 5)
- “O cristianismo não é sobre preferir ser rico ou preferir ser pobre, mas sobre dedicar os talentos e recursos de que dispomos, poucos ou muitos, fielmente ao propósito de glorificar a Deus.” (pág. 8)
- “Acumular não é necessariamente ruim, depende da finalidade.” (pág. 8)
- “Nem tolos pendendo para o lado da irresponsabilidade nem loucos pendendo para o lado da avareza: Deus deseja que sejamos sábios.” (pág. 10)
- “A abundância da árvore não está em reter, está em produzir.” (pág. 10)
- “Sem economia, não pode existir real liberdade.” (pág. 30)
- “Gastar menos do que se ganha vai muito além de fazer sobrar dinheiro; o que antes era desperdiçado pode ser empregado para fins mais elevados.” (pág. 49)
- “As dívidas não estão nos planos de Deus, mas estão nos planos do diabo.” (pág. 60)
- “Sempre que você sai de uma loja levando um produto pelo qual ainda não pagou, significa que alguém bancou aquela compra para você – e ele não fará isso de graça.” (pág. 63-64)
- “A dívida não é uma opção vantajosa.” (pág. 65)
- “Pagar o que devemos não deve ser uma questão de conveniência, mas de urgência.” (pág. 70)
- “Não existe estabilidade perene”. (p. 77)
- “O problema não é querer ter uma casa, mas querer tê-la antes de ter renda.” (pág. 81)
- “Não existe sucesso material capaz de compensar a tragédia de negar a Cristo.” (pág. 111)
- “Enriquecer pode ser resultado, mas não deve ser o alvo.” (pág. 112)
Perguntas Profundas:
- “Para onde vai seu dinheiro? Como controlar os gastos? Como fazer um orçamento? Por que é importante ter uma reserva de emergência?” (pág. 6)
- “Qual é o propósito de Deus para as minhas finanças? Como viver como servo de Deus e não do dinheiro?” (pág. 6)
- “O que fazer primeiro: gastar ou poupar?” (pág. 12)
- “Será que valerá a pena desfrutar de um padrão incompatível com a renda, sabotando a tranquilidade financeira de meses à frente?” (pág. 38)
- “Você realmente precisa disso? Pode esperar? Quanto terei de poupar para comprar à vista?” (pág. 65)
- Se Jesus pedir para você abrir mão de tudo, aceitaria? (pág. 77)
- “Se você morresse hoje, como ficariam os que dependessem do seu sustento? Quem daria continuidade aos seus negócios? Para quem iriam seus bens?” (pág. 100)
- “O que o impede de fazer mais pela causa de Deus?” (pág. 108)
Essas citações e perguntas desafiam o leitor a alinhar suas finanças à vontade divina, priorizando o eterno em vez do temporário.
As Sete Prioridades
Nos capítulos 2, 3 e 4, a autora define sete passos para administrar finanças com sabedoria e fidelidade:
- Buscar – “Buscai primeiro o Reino de Deus e a sua justiça” (Mt 6:33, p. 12). Antes de qualquer decisão financeira, dedique tempo à oração e à Bíblia, evitando que questões materiais sufoquem a fé.
- Trabalhar – “É ilusão imaginar que podemos desfrutar sem antes trabalhar” (Pv 12:11, p. 13). É essencial para sustentar a família e viver com dignidade, sem depender dos outros.
- Receber – “Não é prudente gastar o que ainda não recebeu” (1Tm 5:18, p. 15). Multiplique fontes de renda, como Davi com seus empreendimentos, mas só gaste o que já possui.
- Honrar – “Honra ao Senhor com os teus bens” (Pv 3:9, p. 18). O dízimo deve ser regular, a oferta proporcional à receita.
- Doar – “Não cesse de fazer o bem aos que dele precisam” (Lv 19:9-10, p. 20-21). Planeje fazer ações voluntárias e prestativas (1Co 16:1-2, 2Co 9:7), mas com o seu dinheiro, e não dos seus credores (Rm 13:8).
- Poupar – “Antes de gastar, é preciso poupar” (p. 21-22). Discipline-se para reservar uma quantia fixa, ajustando os gastos ao que sobra, e criando uma reserva de emergência.
- Desfrutar – “Todo homem deve comer, beber e desfrutar do fruto do seu trabalho” (Ec 3:13, p. 23). Use o restante com responsabilidade, glorificando a Deus, sem pular as etapas anteriores.
Essas prioridades equilibram dever e prazer, fé e prática.
Conteúdo Prático
O livro oferece ferramentas concretas para aplicar esses princípios:
- Orçamento e Controle:
- Registrar entradas e saídas mensais em papel, celular ou planilha, revisando-as periodicamente para corrigir desvios. (pág. 39-42)
- Considere até pequenas despesas: R$50 mensais viram R$600 em um ano. (pág. 41)
- Viva abaixo do que sua renda permite, definindo limites para os gastos. (pág. 47)
- Evitar e Sair de Dívidas:
- Antes de comprar, pergunte: “Preciso disso? Posso esperar? Quanto devo poupar para pagar à vista?” (pág. 65)
- Coloque em prática os oitos passos para quitar dívidas: orar, atacar a origem das dívidas, listar débitos, levantar saldos, priorizar pagamentos, cortar gastos, pedir ajuda se necessário e celebrar com moderação. (pág. 67-71)
- Reserva de Emergência:
- A recomendação é que seja de 6 a 12 meses de despesas essências, mas sem idolatrar o dinheiro; use-o para ajudar outros em necessidade, se preciso. (pág. 57-59)
- Proteja bens com manutenção preventiva e seguros remediativos, dentro do orçamento. (pág. 9)
- Ajuste do Padrão de Vida:
- Da seguinte maneira: com base na receita bruta, subtraia prioridades (dízimo, oferta, doação, poupança), calcule custos e com o resultado estabeleça os limites adequados as suas necessidades, se necessário, corte gastos supérfluos, renegocie dívidas e, em casos mais desafiadores, venda bens ou mude de moradia. (pág. 55)
- Investimentos:
- Poupe antes de investir; priorize ativos que gerem renda (como os de Davi), não apenas usufruto. (pág. 80-81)
- Busque segurança do principal e retorno adequado, evitando promessas de ganhos rápidos. (pág. 86-88)
- Planejamento:
- Defina objetivos com prazos (curto: até 2 anos; médio: 2-5 anos; longo: acima de 5 anos), quantifique custos e consagre os planos a Deus. (pág. 93-98)
- Sucessão:
- Não seja surpreendido pela morte. Organize bens via doação ou testamento, informando os detalhes da sua vontade a todos envolvidos quer sucessores naturais ou instituições. (pág. 100-102)
- Em caso de herdeiros que não partilham da mesma fé que o benfeitor, é melhor fazer em vida o que se está para deixar ocorrer após a morte.
A Relação Entre Fé e Dinheiro
O livro alerta contra o materialismo e a dependência excessiva de bens materiais. A autora contrapõe a ideia de independência financeira com a de liberdade financeira, argumentando que o objetivo do cristão não deve ser acumular riquezas, mas usá-las para o bem e confiar que Deus proverá todas as suas necessidades (Fl 4:19, p. 77-78).
Além disso, enfatiza que:
- As riquezas são passageiras e não garantem segurança eterna (Pv 27:24, Ec 11:2).
- Quem é fiel na administração do dinheiro será abençoado, mas quem age com ganância corre risco espiritual (Mt 6:24, p. 32).
- O verdadeiro sucesso não está no acúmulo de bens, mas na fidelidade a Deus (1 Tm 6:11-12, p. 108).
Conclusão: Mordomia e Eternidade
Administrar suas finanças com os pés na terra e os olhos no céu resume a proposta do livro. Somos mordomos, não donos, dos recursos que Deus nos confia. O sucesso não está em acumular, mas em usar o dinheiro para glorificar a Deus enquanto nos preparamos para a pátria celestial.
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No mais, sigamos vivendo tão somente para honra e glória de Deus,
Que o amor por Cristo seja nossa motivação!