Por volta dos 14 anos de idade tive a oportunidade de pregar pela primeira vez, foi em um culto de terça-feira a noite na igreja em que fui batizado, minha mãe era diretora do Ministério da Mulher, e esse departamento era responsável pela organização do mesmo. Dessa oportunidade em diante não parei mais de pregar, já são quase duas décadas exercendo o privilégio de ser um pregador.
Apesar de pregador a quase 20 anos, até hoje me vejo como alguém que tem muito o que aprender e melhorar na prática da pregação, contudo ao longo desses anos sempre entendi a pregação como um verdadeiro milagre, e é provável que você também concorde comigo, são muitos os processos que se passam na mente de um pregador enquanto ele está no ato da pregação, como por exemplo: Lembrar do que foi estudado, não se distrair com a audiência, mas avaliar ao mesmo tempo se o que está sendo dito está sendo aceito, rejeitado, mal compreendido ou até mesmo mal comunicado, isso para dizer o mínimo… Por isso para mim a pregação é um milagre de Deus na vida daquele que se dispõe a ser um instrumento para anunciar as Verdades do Reino Eterno.
Esse milagre por sua vez não isenta a responsabilidade do pregador de seguir buscando aprender cada vez mais, primeiro sobre a Palavra de Deus, depois sobre como melhor comunicar esses ensinos, e nessa ordem de prioridade. Infelizmente temos visto que alguns pregadores tem tido uma certa dificuldade para equilibrar essa balança e acabam dando mais atenção a forma de se comunicar, e com isso terminam negligenciando com o que tem para ser dito.
A pregação é um privilégio pq ela da ao pregador a oportunidade de ser visto na sociedade como alguém que foi levantado por Deus, o que se pressupõem uma vida de intimidade com aquele que o confiou como seu porta voz. Entretanto esse privilégio tem um irmão gêmeo que é a responsabilidade, e gostaria de destacar dois aspectos dessa responsabilidade: Primeiro no que diz respeito ao pregador em si, ou seja, tenha sempre em mente o testemunho de João Batista que sabia exatamente qual era o seu papel. Que todo pregador assim como ele evite cair na tentação de se ver em uma posição superior a que realmente ocupa. O segundo trata do conteúdo da pregação, o pregador tem a responsabilidade de falar do que está revelado na Bíblia, a Exortação de Paulo a Timóteo a esse respeito se aplica aos pregadores de todas as eras “Prega a Palavra”, quer presencial ou virtual não importa, o compromisso do pregador é com o ensino das Sagradas Escrituras, e não com sua imagem, pense nisso…
Oremos para que os púlpitos sejam ocupados por homens e mulheres que não usam a Bíblia, e sim que são Usados por Ela. Muito se fala da comercialização da fé, mas outro mal tão terrível quanto esse é visto na vida daqueles pregadores que buscam se valer da Palavra de Deus para erigirem um altar para si mesmo, ao invés de ajudar aqueles que os escuta a se satisfazerem no Deus da Bíblia.
Se você como eu tem o privilégio de pregar a Palavra de Deus, gostaria de te animar a se manter firme no exercício desse chamado, e que cada vez mais, nós que fomos chamados para pregar, tenhamos consciência de que quanto mais Ensinamos da Palavra de Deus, mais temos para aprender, e para esse aprendizado podemos nos valer da experiência daqueles que tiveram ou tem esse mesmo privilégio e responsabilidade a mais tempo que nós, como: Alejandro Bullón, Charles Spurgeon , Demóstenes Neves, Martinho Lutero, Amim Rodor, John Stott, Raniere Sales, Martyn Lloyd Jones, e a lista é longa.
Além da consciência da necessidade de aprendizado constante, que em todas as nossas pregações Cristo seja cada vez mais exaltado, e nós cada vez mais diminuídos.
Com estima Cristã!