O que aprendi com o Pr. Russell Burrill
O que aprendi com o Pr. Russell Burrill

O que aprendi com o Pr. Russell Burrill

Após concluir a leitura de quatro dos livro 13 que ele escreveu, encontrei em sua escrita uma pessoa comprometida em viver O ministério pastoral de acordo com a vontade de Deus. Por esta razão encontrei no legado deste pastor uma referência entre outras para tentar adaptar em minha oportunidade de atuar no ministério pastoral…

No entanto, nesta primeira parte, compartilho trechos que me chamaram atenção em uma entrevista concedida a revista ministério no 5º bi / 2016 (Os destaques são meus):

Qual é a melhor maneira de ajudar as igrejas a serem mais vibrantes e envolvidas na pregação do evangelho? Realizar treinamentos missionários não é suficiente. A maioria dos membros não participa. Creio que o melhor caminho é criar uma consciência de missão. Todos devem saber por que a igreja está aqui e entender sua missão claramente. Isso tornará possível a implementação de novas ideias. No entanto, a maioria dos pastores falha nesse processo por tratar o assunto como se fosse outro programa qualquer. Quando a maioria dos membros entende que a missão é a razão pela qual a igreja existe, então a execução é possível. Contudo, sem isso, nada ocorre, não importa quantos seminários você faça.

De que maneira os ministros podem levar os membros a descobrir seus dons? Para contrapor uma mentalidade de que é algo a ser conseguido em muitas semanas de trabalho como ele mesmo fazia ele entende que este é o caminho a ser seguido: “[…] A meu ver, todos os ministérios podem usar todos os dons. O importante é descobrir por qual ministério as pessoas são apaixonadas. […] Esse processo se concentra mais em envolvê-las no ministério do que em fazê-las descobrir os dons. Uma pessoa não leva 10 semanas para descobrir seu dom. Isso pode ser feito em uma ou duas horas. Assim, o tempo deve ser investido em ajudar as pessoas a se tornarem ativas em um ministério que esteja em seu coração e em atividades que estão em harmonia com a forma com que foram equipadas. Eu escrevi sobre isso em livros como Waking the Dead (2004) e How to Grow an Adventist Church (2009).

Qual é o papel do pastor numa igreja estruturada em pequenos grupos, em que os ministérios têm como base os dons? “Biblicamente falando, treinar e equipar (aperfeiçoar) os membros são as principais descrições do trabalho do pastor e de outros líderes da igreja (Ef 4:11-12). […] Se queremos ter uma igreja viva, então precisamos da participação da congregação no cuidado mútuo de seus membros. O importante é descobrir por qual ministério as pessoas são apaixonadas. Elas escolhem um ministério com base em suas paixões e costumam servir onde se sentem mais confortáveis, de acordo com seu dom espiritual”.

Como transformar a realidade de uma “igreja de consumidores” que depende do pastor em uma igreja ativa? Tudo começa com o desenvolvimento de uma forte compreensão da missão da igreja. Um estudo sobre o sacerdócio de todos os crentes indica que os sacerdotes do Antigo Testamento tinham duas funções básicas: (1) interceder em nome do povo diante de Deus, e (2) desempenhar funções religiosas que as pessoas não poderiam fazer (ministério no santuário). Implementamos bem o primeiro ponto, de tal maneira que o povo não precisa procurar o pastor para interceder por ele. No entanto, ainda não obtivemos muito sucesso em aplicar o segundo. Em vez de treinar os membros para ministrar, mantemos o ministério como obra do pastor e restringimos as demais responsabilidades às poucas pessoas que são eleitas para cargos na igreja. Isso significa que devemos mudar radicalmente e organizar nossas igrejas em torno da necessidade de todos estarem Envolvidos no ministério. Não se trata de uma opção ou uma escolha, é um requisito para ser membro da igreja. […] Mudanças não são fáceis, mas devem ser feitas se quisermos concluir a obra de Deus. Ellen G. White afirmou que “a obra de Deus na Terra nunca poderá ser terminada a não ser que os homens e as mulheres que constituem a igreja concorram ao trabalho e unam seus esforços aos dos ministros e oficiais da igreja” (Obreiros Evangélicos, p. 352). A partir dessa declaração, é possível notar que o principal fator que impede a conclusão da obra é a negligência em relação ao ministério de todos os crentes. Assim, embora seja um desafio, a restauração completa desse conceito deve ser realizada”.

Outro problema que ronda as igrejas é a apostasia entre novos membros. O que fazer para evitar essa situação? “Quando uma pessoa se une à igreja, quer como recém-convertida ou por meio de transferência, a comunidade tem cerca de 3 a 6 meses para envolvê-la em um grupo, tarefa ou projeto.[…] Tão importante quanto ganhar pessoas para Cristo é mantê-las no discipulado. De fato, batizar pessoas sem ter um plano de assimilação à igreja é uma prática espiritual deficiente”.

De acordo com sua experiência, qual é o principal desafio da igreja em relação a essa mudança necessária de paradigma? Uma das coisas que tem sido difícil para eu aceitar é o fato de que mudanças levam tempo. No entanto, sinto-me encorajado pelos sinais de transformação que vejo em todo lugar. A dura realidade é que a igreja se tornou ineficaz em grande parte do mundo desenvolvido. Normalmente culpamos o secularismo crescente. Todavia, não estou convencido de que esse seja o único problema. Por exemplo, quando, no mundo desenvolvido, o pastor assume o papel de treinador e capacitador e as pessoas estão envolvidas no ministério, a igreja alcança uma taxa de crescimento anual de 8 a 10%. Apesar de ser um mundo secular, a igreja cresce grandemente. O problema não é o secularismo, o problema é a igreja depender do pastor para fazer tudo“.

 

Síntese biográfica do Pr. Russell Burrill

Bacharel em Teologia pelo Atlantic Union College, Massachusetts, fez seu mestrado na Andrews University, Michigan, e obteve o Doutorado em Ministério pelo Fuller Theological Seminary, Califórnia. Na década de 1960, começou seu ministério como pastor em Connecticut. Depois, trabalhou como evangelista em várias regiões dos Estados Unidos. Após retornar ao pastoreio de igrejas, nos Estados de Washington e Kansas, Burrill foi convidado para dirigir o Instituto de Evangelismo da Divisão Norte-Americana, cargo que ocupou por 22 anos até sua aposentadoria, em 2007. Enquanto esteve à frente do Instituto de Evangelismo, Burrill também atuou como professor na área de Ministério Cristão, na Andrews University, e como secretário ministerial e diretor de Missão Global da Divisão Norte-Americana. Uma de suas grandes contribuições para o programa de plantio de igrejas foi o projeto Seeds que, até hoje, é realizado em várias partes do mundo. Recentemente, o Estado de São Paulo sediou dois encontros do projeto. Ele é casado com Cynthia Hartman Burrill, que tem uma ligação especial com a América do Sul. Ela nasceu na Bolívia e cresceu no Peru. Seu avô, George Hartman, foi tesoureiro da então União Sul-Americana (atual Divisão Sul-Americana da Igreja Adventista). O pai, John Hartman, nasceu na Argentina e cresceu no Brasil. Ele trabalhou como tesoureiro na Bolívia e no Peru e, em 1962, assumiu a mesma função na Divisão Sul-Americana. O casal Burrill tem dois filhos e seis netos. Ao todo, Russell Burrill escreveu 13 livros, traduzidos para diversas línguas, que tratam de temas como evangelismo, crescimento e plantio de igreja e reavivamento. Como conferencista, esteve em mais de 40 países, compartilhando ideias que ajudam a igreja a expandir sua missão de alcançar pessoas.

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