O que aprendi sobre leitura com Pr. Richard Baxter e sobre sua vida
O que aprendi sobre leitura com Pr. Richard Baxter e sobre sua vida

O que aprendi sobre leitura com Pr. Richard Baxter e sobre sua vida

Lições extraídas da leitura do e-book “Diretrizes Para a Leitura de Livros Cristãos” do Richard Baxter disponibilizado pelo O estandarte de Cristo.

Para Baxter a oportunidade de ler um livro edificante era resultante da misericórdia de Deus, e que os cristão deveriam fazer uso desta misericórdia lendo muito, principalmente pq é mais fácil ter acesso a livros vivificantes do que a pregadores vivificados.

Ele apresenta também uma relação de quem deveria ler acima da média:

  1. Chefes de famílias, que têm mais almas para cuidar, além de sua própria.
  2. Pessoas que vivem onde não há pregação; ou má pregação – o que é pior do que nenhuma!
  3. Pessoas que não trabalham, que têm mais tempo livre do que outros.

Agora vamos as diretrizes que mais me impactaram ou a um resumo delas:

1º. Não tenha a mão ou mesmo em casa uma literatura que não possa se aplicar Fl 4.8

2º. Leia para a família, e que este seja um momento tão fixo na família quanto as estações do ano, e cuide para que nesta ocasião não haja distrações. “A distração é pior, nos maiores empreendimentos”.

3º. Escolham livros que sejam adequados a condição dos leitores ou ouvintes. “O que para um homem é alimento, para outro homem é veneno. Não é o suficiente que o assunto seja bom, mas ele deve ser adequado para o caso em que é utilizado”.

4º. “Lembrem-se que não são os mais sábios aqueles que leem mais, porém aqueles que leem o que é mais necessário e proveitoso“.

5º. Depois de lido o que lhe adequado para o momento, o que é essencial a iniciantes, leia o que contribuirá para seu crescimento.

6º. Desenvolva uma maneira de sistematizar o que você for lendo.

7º e 8º diretrizes se resumem em: “Leiam muito aqueles livros que vos direcionem a um curso de comunhão diária com Deus, e santa ordenação de vossa vida diária”.

Um pouco sobre a vida deste pastor

“Baxter nasceu em Rowtan, na Inglaterra, no dia 12 de novembro de 1615. Sua mãe chamava-se Adeney. Seu pai, dono de uma pequena propriedade, tinha o mesmo nome que o filho, Richard Baxter, e foi um homem sóbrio, respeitável e religioso”.

“Baxter, produziu aproximadamente […]. Cerca de 168 tratados – boa parte volumosos, conhecidos e apreciados – foram escritos por este gigante puritano do século XVII. Certamente será de grande utilidade conhecermos um pouco da vida, ministério e obras deste autor, cujos primeiros escritos, somente agora, mais de trezentos anos depois, estão começando a ser traduzidos e publicados na língua portuguesa pelas editoras PES e Clássicos Evangélicos”.

“O jovem Baxter superou exemplarmente as deficiências religiosas, morais e até mesmo intelectuais de seus instrutores. Assim, mesmo sem ter o privilégio de frequentar uma universidade, é reconhecido que Baxter “alcançou conhecimento mais variado e substancial do homem e das coisas, dos livros e sistemas, de princípios e caráter, do que milhares que respiraram por dez ou quinze anos os ares universitários”.

“Com a idade de dezoito anos, Baxter teve a oportunidade de frequentar a corte. Bastou um mês para que se decepcionasse com o que lá viu, e a abandonasse, retornando aos estudos. É possível que os autores que já havia lido a esta altura, tais como Burney, Sibb e Perkins, tenham ajudado na formação do seu caráter piedoso e a tomar decisão tão acertada”.

“Enfermo, consciente de suas deficiências, mas profundamente desejoso de ser útil às almas que pereciam por falta de conhecimento, Baxter foi ordenado com apenas vinte e um anos de idade. Dudley foi seu primeiro campo ministerial. Ali ensinou em uma escola e pregou o Evangelho por nove meses. Ali também teve contato com os não-conformistas, passando a aprofundar suas leituras sobre o assunto, o que o levou a questionar a sensatez da sua ordenação com tão pouca idade, e sem que tivesse amadurecido sua posição quanto aos votos que subscrevera. Depois deste pequeno período em Dudney, Baxter foi removido para Bridgenorth, onde tornou-se assistente de um idoso ministro. Três frases podem resumir seu ministério em Bidgenorth: fervor pela obra, compaixão pelos pecadores perdidos, convicção de que sua suficiência vinha do Senhor“.

Sua vida foi acompanhada de enfermidades e perseguições, no entanto: “Não há muitos homens que compreenderam tão bem e experimentaram tanto o que Paulo escreveu em 2 Coríntios 12:9,10: “De boa vontade, pois, mais me gloriarei nas fraquezas, para que sobre mim repouse o poder de Cristo. Pelo que sinto prazer nas fraquezas, nas injúrias, nas necessidades, nas perseguições, nas angústias por amor de Cristo. Porque quando sou fraco, então é que sou forte”.

Curiosidade: Por 14 anos pode atuar como pastor na cidade de Kidderminster; sendo depois de 1860 designado capelão do rei.

“Vivendo em uma época politicamente bastante conturbada, e sendo ele homem de princípios e célebre pregador e escritor, sofreu contínuas perseguições, acusações e prisões. Isto tudo, porém, aliado às muitas e constantes enfermidades, não o deixaram de modo algum inativo. Boa parte de seus livros foram escritos neste período, em meio a muitas dores e aflições”.

“Depois que saiu de Kinderminster, já com 47 anos de idade, Baxter casou-se com a Srta. Charlton, uma jovem de 23 anos, que havia sido uma das suas piedosas ovelhas naquela cidade. O casamento foi muito comentado, por causa da diferença de idade. Ele mesmo comentou, que “a notícia do casamento correu por toda parte, comentada às vezes com espanto, e às vezes como se fosse um crime. O casamento do rei não foi muito mais comentado do que o meu”. Mas um de seus biógrafos comenta que “a piedade foi a base e elo da união deles. Foi a piedade que acendeu e manteve viva a afeição recíproca entre eles. A sua profunda devoção, sua sadia discrição, talentos e diligência para com os afazeres domésticos, e sua oportuna solidariedade para com as mais variadas aflições do marido, provaram que ela era uma companheira apropriada para Richard Baxter”.

“As últimas horas de Baxter foram calmas e tranquilas, como o por do sol. Quando perguntado com se sentia às portas da eternidade, ele respondeu: “Quase bem”. […] Na manhã do dia 8 de dezembro de 1691, com setenta e seis anos de idade, [ele faleceu][…]. Muitas pessoas piedosas, das mais extremas posições, fizeram-se presentes no seu sepultamento”.

“Como muitos outros gigantes espirituais, Baxter foi marcado pela doença. Desde a mocidade até o fim de seus dias ele foi afligido por constantes e variadas enfermidades. Foi um homem literalmente enfermo da cabeça aos pés. Padeceu com dores reumáticas, tinha problemas estomacais, sofreu com frequentes hemorragias no nariz, além de diversas outras enfermidades. Baxter foi tratado por mais de 35 médicos, sem muito resultado, o que o levou a evitá-los. Suas muitas enfermidades, entretanto, não o impediram de ser um servo reconhecidamente mais útil e produtivo do que milhares que desfrutam de perfeita saúde”.

Os sofrimentos e perseguições que experimentou ensinaram-no a não confiar em si ou nos homens, mas no seu Senhor“.

“Baxter foi um desses homens cuja pregação foi inquestionavelmente autenticada por Deus. “Seus perscrutadores sermões, seu tom solene, seus apelos diretos ao coração, foram sancionados pelos céus, e despertaram convicções e preocupações nas consciências mais calejadas”.

“ele escreveu todos os seus livros em meio às muitas atividades ministeriais e públicas, as quais tomavam a maior parte do seu tempo, de modo que escrever, afirmou ele, “foi uma recreação em meio a atividades mais severas”. A obra de Baxter é extremamente variada. Ele escreveu para os não-convertidos, para os recém-convertidos, para os maduros na fé, e para os que se encontravam à beira da morte”. Mas lembre-se que ele foi ordenado aos 21 anos de idade, e casou com 47 e faleceu com 76 faleceu, ou seja, um ministério de 55 anos sendo os 26 primeiros anos sem esposa e filhos.

“Dentre as suas obras mais conhecidas e importantes estão: O Descanso Eterno dos Santos, A Vida Divina, Um Tratado Sobre a Conversão, Apelo aos não Convertidos, Agora ou Nunca, Direções e Persuasões para uma Conversão Segura, Direções para Crentes Fracos e Desanimados, O Caráter de Um Crente Seguro, Pensamentos à Beira da Morte, O Pastor Reformado (clicando aqui você encontra meus destaques sobre esta obra). Alguns destes livros, como é o caso de Um Apelo aos não Convertidos, em apenas um ano, tiveram não menos que trinta mil cópias editadas – isto no século XVII. E, até a época da morte de Baxter, boa parte destes livros já havia sido traduzida para a maioria das línguas européias, e outras línguas não européias, como o indiano”.

“Que este gigante espiritual seja mais conhecido no Brasil. Que seus escritos possam ser finalmente – já com séculos de atraso – traduzidos para a nossa língua. Que estes tesouros sejam redescobertos e lidos. Que produzam entre nós, o grande bem que produziram na vida daqueles que têm tido o privilégio de lê-los. E, quiçá, possam ser instrumentos nas mãos de Deus, para fazer em alguma – quem sabe, algumas – cidades no Brasil, o que fizeram em Kidderminster: fertilizar o deserto espiritual e moral em que temos vivido”.

 

 

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