Pastor, você não é o profeta Elias, e tem mais…
Pastor, você não é o profeta Elias, e tem mais…

Pastor, você não é o profeta Elias, e tem mais…

Você não é o profeta Elias, e sim, a mais de 7.000 que não dobraram seus joelhos a Baal. Por vezes somos tentados a pensar, que estamos sozinho no que diz respeito ao compromisso e seriedade com que tem que ser levada a vida pastoral. Infelizmente mais de uma vez eu mesmo me vi cedendo a está tentação, contudo, Deus em sua misericórdia me mostra como eu estou enganado, por vezes ele usa um concílio, uma conversa com um irmão de ministério, e desta vez, a advertência veio da edição comemorativa da revista ministério (set/out 22) pelo centenário da Associação ministerial.

Espero que os meus destaques levando em consideração a edição comemorativa da revista ministério como um todo lhe estimule a uma autoavaliação de sua prática pastoral…

Meu primeiro destaque diz respeito ao uso de uma mesma citação feita em duas matérias com autores distintos, sendo o primeiro o presidente da DSA, e o segundo o secretario ministerial da mesma instituição, isso me chama a atenção justamente pela função que eles desempenham, sinalizando que a uma confluência acerca da perspectiva sobre o ministério pastoral. Eis a citação em questão:

Nosso primeiro dever para com Deus e nossos semelhantes é o do desenvolvimento próprio. Toda aptidão de que o Criador nos dotou deve ser cultivada ao mais alto grau da perfeição, para que possamos realizar o máximo de coisas boas que somos capazes de fazer. (OC, 275,276; The Singns of the Times, 17/11/1890)

Como você pode observar, a declaração é a mesma, embora a descrição da fonte seja diferente, outra distinção é o adendo em que eles apresentam a declaração, o primeiro a contextualiza com Efésios 4.15 “Mais, seguindo a verdade em amor, cresçamos em tudo Naquele que é a cabeça, Cristo“. O segundo contextualiza com um lembrete de que: “O ministério é por toda vida, e devemos por toda vida entregar a Deus nosso melhor“. (p. 7)

Ou seja, a igreja espera e em alguma medida ele contribuiu para que o pastor não seja uma pessoa estagnada, por isso eu faço um apelo a você independente da sua área de atuação: Descubra seus pontos fortes, e os deixa mais fortes ainda.

E parafraseando o poeta mexicano Francisco Estrello: É mais fácil ter coragem no escuro, quando se continua trabalhando para manter a fogueira acessa.

Agora muita atenção: “Quando o casal ministerial se esquece de seu chamado, perde o ânimo para o serviço, pois o chamado é a maior motivação para sua entrega”. (p. 7)

Razão de viver

Uma questão que esta edição não apresenta mas que eu gostaria de colocar para reflexão: Normalmente os ADM e Departamentais passam mais que quatro anos no exercício de suas funções, para usar os exemplo da revista, o Pr. Arthur Daniells exerceu o cardo de presidente da igreja por 21 anos; o Pr. Bullón ficou 17 anos como secretário ministerial. Eu sei que é um assunto muito delicado e com inúmeros desdobramentos, mas foi algo que me ocorreu como resultado da leitura, não seria a hora de revermos este modo operacional?

Outro tema que não é diretamente tratado na revista, contudo o considero após a leitura desta edição diz respeito ao trajeto a ser percorrido até a jubilação, pq será que tantos pastores, inclusive os promissores tem, desistido do ministério pastoral em tempo integral? Não tenho experiência para propor uma ou algumas razões, todavia o Pr. Bullón argumenta que é mais fácil chegar a jubilação se o ministério for vivido como algo para além de nossa subsistência, e sim como a razão da nossa vida. (p. 9)

Perguntaram para o Pr. Bullón: “Quais são os principais desafios enfrentados pelos ministros adventistas? Ao longo dos séculos, o maior desafio para os pastores tem sido viver uma vida espiritual vitoriosa, apesar da natureza pecaminosa com a qual viemos ao mundo depois da queda de nossos primeiros pais. Em nossa conversão essa natureza é crucificada, mas permanece latente até a vinda de Cristo. Ao menor descuido, ela pode ressuscitar e nos arrastar para os caminhos do mal. Essa é uma luta diária e constante, e só chegará ao fim no dia em que descansarmos dos esforços desta vida. Em relação aos desafios do momento, o maior deles para os ministros parece ser o secularismo. Refiro-me a um ‘evangelho’ estranho que ensina que a graça de Cristo é simplesmente perdoadora e não transformadora. Essa maneira de pensar conduz ao conformismo e à mediocridade espiritual. Esquecemos que Deus nos ama e aceita como somos, mas deseja nos levar às alturas de uma vida coerente e vitoriosa. As redes sociais, que são uma ferramenta poderosa de comunicação, têm sido utilizadas com sucesso pelo inimigo para transmitir sua mensagem de estagnação e relaxamento espiritual. O ministro não pode cair nessa armadilha”. (p. 9)

Uma outra pergunta feita ao pastor que me chamou atenção foi: “Que mensagem gostaria de deixar aos pastores? Vocês são a geração que deve terminar a obra da pregação do evangelho. Disseram-me isso quando eu era um jovem pastor, passaram-se 40 anos, eu me aposentei e Cristo não veio. No entanto, quando vejo o mundo atual e os dramas da humanidade, estou cada vez mais convencido de que o cumprimento da bendita esperança está mais próximo do que nunca. Não desanime, não hesite nem dê um passo atrás. Só tem uma caminho! Levante seus olhos, olhe para Jesus e siga adiante, apesar dos obstáculos e das dificuldades que possam surgir no trajeto”.  Lembre-se de que desde quando você estava no ventre de sua mãe já era o sonho de Deus. E o Senhor não conhece fracasso!”. (p. 9)

Legado de espiritualidade e excelência

Ao se estabelecer a associação ministerial, ela tinhas os seguintes objetivos em sua gênesis (1924-1947):

  1. Inspirar seus integrantes a serem consagrados.
  2. Auxiliá-los no comprometimento com a pregação da Palavrar.
  3. Engajá-los na visitação.
  4. Reforçar a importância da ministração de estudos bíblicos por parte de tais obreiros.
  5. Enfatizar a importância do cuidado quanto a espiritualidade dos irmãos sob sua responsabilidade.
  6. Assegurar que aos ministros cabia certifica-se de que os candidatos ao batismo haviam recebido a instrução necessária para tal cerimônia.

No período do seu desenvolvimento (1947 – 1960), se criou o clube do livro, e o periódico ministerial ganhou força, tendo como propósito contribuir para o aperfeiçoamento do trabalho pastoral, sobre tudo no campo evangelístico. Hoje, o periódico procura atender o desenvolvimento pastoral no que diz respeito as áreas espirituais, pessoais, acadêmicas e ministeriais.

No período de expansão (1960 – 1977),  foram organizados os institutos ministeriais anuais em cada campo, “com o propósito de estudar métodos e técnicas evangelísticas e problemas pertinentes às atividades pastorais; e estabelecer o alvo de batismo de cada união para o ano seguinte”. (p. 13)

Uma curiosidade deste período é que “enquanto a igreja avançava em seus esforços evangelísticos, notava-se também a diminuição do interesse dos jovens pelo ministério pastoral. Por isso, foi aprovada, em dezembro de 1961, a criação do ‘Dia da Vocação Ministerial’, a ser celebrado no terceiro sábado de novembro. A data, porém, foi transferida para 27 de outubro de 1962. [… Assim, o “dia do pastor” não visa] somente valorizar o trabalho pastoral, mas ainda motivar o ingresso de candidatos promissos no seminário teológico”. (p. 14)

Vejamos agora o alguns dos requisitos votadas pela associação ministerial para qualificar alguém a ordenação pastoral (p. 14):

  1. Atuar a aproximadamente quatro anos.
  2. Ter experiência em diferentes responsabilidades ministeriais.
  3. Convicção do chamado.
  4. Consagração integral.
  5. Estabilidade espiritual.
  6. Maturidade social.
  7. Entendimento da Palavra de Deus.
  8. Aptidão para ensinar.
  9. Habilidade para conduzir pessoas do pecado à santidade.
  10. Atitude de cooperação e confiança para com a organização da igreja.
  11. Conduta Cristã consistente.
  12. Família exemplar.

E a 15 anos atrás, se passou o período de reflexão (1977 – 2007). “Em junho de 1977, a Divisão tomou um voto de afirmação do ministério pastoral adventista, diante das dificuldades que muitos pastores distritais enfrentavam em sua tarefa. Entre elas, encontravam-se a desvalorização do pastorado por parte de alguns, a percepção equivocada de que ‘o êxito no ministério se mede pelos degraus administrativos ou departamentais’ que alguém tivesse conseguido alcançar, […] A conclusão do voto revela uma visão transparente da liderança sul-americana: ‘Em algumas áreas da Igreja Adventista se está já experimentando a realidade de um fenômeno que enfraqueceu outros movimentos outrora fortes, isto é, o crescimento desproporcionado da maquinaria administrativa e institucional, debilitando-se as bases evangélicas representada por evangelistas e pastores. Cremos ser urgente uma avaliação da realidade, tomando-se uma posição a evitar que isso atrase o regresso de nosso Senhor Jesus Cristo”. (p. 14-15)

“[…] em relação ao ministerial da Associação/Missão, esperava-se que atuasse como conselheiro espiritual dos obreiros; fosse o coordenador evangelístico do campo; promovesse e fortalecesse a formação de pastores-evangelistas, instrutores bíblicos; participasse de campanhas de reavivamento e evangelização; elevasse as normas de ação ministerial; inspirasse e recrutasse candidatos para o ministério e conduzisse um programa de atenção, instrução e inspiração para anciãos e diáconos”. (p. 15)

E agora estamos no período da especialização ( 2007 – ), “desde 2019, a Associação Ministerial tem investido no projeto das Competências Ministeriais, um processo estruturado em ações de ensino, acompanhamento e avaliação que visa ao desenvolvimento integral dos pastores por meio de cinco áreas:

  1. Crescimento
  2. Relacionamento
  3. Administração
  4. Liderança
  5. Missão

Outra perspectiva

Como era de se esperar, temos uma matéria dedicada ao sábado, e entendo que de fato se faz necessário, pq se antes a crítica residia no fato de vivermos uma fase estritamente “sabatista” dos Adventistas do Sétimo Dia, agora parece que estamos na fase do turno sabático. 😔

“No Éden, o sétimo dia foi o único que recebeu nome”. (p. 21) E está observação é muito importante pq restaura a natureza relacional deste dia entre a criatura e o seu Criador, entre a criatura e seu semelhante.

“O que é feito nos primeiros seis dias? O trabalho cotidiano. E no sétimo dia? O mesmo que Adão e Eva fizeram assim que foram criados: passaram o sábado com o Criador. Deus e família humana em perfeita comunhão por um dia inteiro, o sétimo”. (p. 21)

“O ser humano é o instrumento que sinaliza e põe em movimento a adoração consciente ao Criador a cada sétimo dia”. (p. 21)

“O sábado em que atualmente adoramos o Criador é o mesmo observado pelos patriarcas e profetas, por Jesus e os apóstolos”. (p. 21)

“A mensagem do terceiro anjo de Apocalipse 14.6 a 12, proclamada pelo remanescente fiel para a humanidade no tempo do fim, declara que aqueles que não reconhecem Deus como criador (v. 7) ‘não têm descanso’ (v. 11), isto é, não têm ‘sábado'”. (p. 22)

Sábado como pessoa 

“É verdade que o sábado não é uma pessoa  e é experimentado no tempo e no espaço. Jesus nunca disse ‘Eu sou o sábado’, como afirmou: ‘Eu sou o pão da vida’ (Jo 6.38). Contudo, é interessante notar que, certa vez, Ele declarou: ‘Venham a Mim todos vocês que estão cansados e sobrecarregados, e Eu os aliviarei [anapauo]. Tome sobre vocês o Meu jugo e aprendam de Mim, pq sou manso e humilde de coração; e vocês acharão descanso [anapausin] para a sua alma’ (Mt 11.28-30)”. (p. 22)

“Assim, as duas sentenças – ‘Eu os aliviarei’ e ‘vocês acharão descanso’ – usam o termo grego derivado de anapauo que, com seu correlato hebraico nuach, indicam os efeitos terapêuticos, espirituais e salutares da cessação do sábado, isto é, da atividade própria do sábado, a adoração ao Criador, de maneira diferente das atividades realizadas ao longo dos seis dias da semana”. (p. 22)

“É como se Jesus dissesse: ‘Eu sou o seu sábado’, ‘Eu sou a sua nuach’, ‘Eu sou o seu descanso total’, ‘Eu sou seu anapauo, ‘Eu sou sua terapia’. E certamente é! No sábado temos um encontro de adoração com Jesus, em uma dinâmica totalmente diferente dos demais dias”. (p. 22)

Conclusão

“Assim como precisamos do ar, água e alimento para viver, também precisamos do sábado para ser o que somos (essência) e vivemos (existência). Nossas células precisam da cessação do sábado para funcionar adequadamente, estejamos ou não cientes deste fato. Assim fomos criados. Tudo na vida pessoal, nas famílias e sociedade seria diferente se todos observassem o sábado. Dessa maneira, o sábado, mais do que um mero ‘dia de descanso’, feriado ou tempo para lazer, deve ser considerado o dia em que a família humana cultua seu Criador. É ‘dia de adoração’, ‘dia de família’, ‘dia do encontro do Criador e suas criaturas’. O sábado é o instrumento de Deus para que a humanidade mantenha continuamente diante de si o fato de que é imagem e semelhança do Criador”. (p. 22)

Padrões da Igreja

“Como os cristãos devem  viver?” (p. 23) Fl 4.8; I Co 10.31

“O Senhor não deixou que Seus seguidores decidissem como devem viver. Ele revela como deve ser o impacto da obra de Cristo na vida diária por meio do exemplo de Jesus, das Escrituras e da orientação do Espírito. Quando colocados em prática, os padrões da igreja revelam a obra que o Espírito Santo está fazendo em nós”. (p. 23)

“[…] O que as pessoas assistem leem, ouvem e pensam é importante”. (p. 23)

“A maneira como as pessoas se vestem também é significativa, pois revela os valores em que acreditam. Modéstia, simplicidade e pureza devem ser evidentes na maneira como os cristãos se vestem e se adornam”. (p. 23)

Rede de apoio

“Há 100 anos, em San Francisco, a Assembleia Geral da Igreja Adventista aprovou a criação de uma Comissão Ministerial, que pouco depois se transformaria na Associação Ministerial. Como justificativa para o estabelecimento dessa Comissão, a liderança da igreja afirmou: ‘Cremos que chegou o tempo, na providência de Deus, para o estabelecimento de um meio para o intercâmbio de planos, métodos e informações e para o fortalecimento definitivo do ministério evangélico (Review and Herald, 15/06/1922″. (p. 35)

“Desejo destacar a palavra ‘intercâmbio’. Se há algo que cada ministro do evangelho necessita obrigatoriamente é se relacionar com outros pastores e trocar planos, métodos e informações, mas, além disso, experiências, histórias, vivências, acertos, erros, ideias, enfim, tudo aquilo que possa ser útil a fim de alcançar o ‘fortalecimento definitivo do ministério evangélico'”. (p. 35)

“Como pastores não devemos nos isolar”. (p. 35)

“Mais de um ministro acabou sufocado pelos problemas, porque era orgulhoso demais para compartilhar suas lutas com alguém de confiança”. (p. 35)

“Feliz o pastor que tem colaboradores fiéis com Arão e  Hur para fortalecer suas mãos quando se tornam cansadas, e sustentá-las por meio da fé e da oração. Tal apoio é uma ajuda poderosa aos servos de Cristo em Sua obra, e frequentemente fará a causa da verdade triunfar gloriosamente (Ministério pastoral, 48)”. (p. 35)

Atenção! Se você é um pastor adventista e leu até aqui, você tem que clicar aqui pq o próximo post pode lhe ser ainda mais útil do que este.

 

Espero que tenha lhe sido útil os destaques que compartilho neste post.

No mais, sigamos vivendo tão somente para honra e glória de Deus, com estima Cristã!

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