Em Pernambuco, minha avó paterna mantém uma tradição há trinta e cinco anos: reunir toda a família no Natal. No encontro de dezembro de 2021, enquanto aguardávamos a oração para a ceia eu conversava com um primo que é psicólogo e lhe fiz as seguintes perguntas: Quando foi que o ser humano desaprendeu a viver? Em que momento a sociedade passou a valorizar a imaturidade? Como alguns conseguiram se tornar adultos para serem mais frágeis do que quando eram bebês?
Desde então essas perguntas me acompanham, e por vezes as compartilho com outras pessoas com o objetivo de levá-los a pensar sobre o assunto.
Enquanto avançamos no século da informação e tecnologia, paradoxalmente, muitos de nós parecem estar perdendo contato com nossa essência humana. Estamos mais conectados do que nunca, mas talvez menos conscientes de quem somos e do mundo à nossa volta. Em uma entrevista à BBC News Brasil1, o escritor e neurocientista Michel Desmurget observou que, pela primeira vez na história, os filhos têm um QI inferior ao de seus pais.
Outro efeito colateral do avanço tecnológico é a nossa relação com o tempo. Em meio às demandas incessantes da vida moderna, muitos de nós deixaram de comer quando temos fome, para comer apenas quando o relógio indica a hora certa2. Sem perceber, sacrificamos nosso livre arbítrio e até mesmo nossas necessidades fisiológicas em nome de manter o ritmo frenético da vida contemporânea.
Além disso, essa mentalidade do “descartável” que muitas vezes aplicamos aos bens materiais está infiltrando-se nas nossas relações pessoais. Em vez de consertar o que está quebrado, muitos optam por substituir rapidamente, aplicando esse modo de pensar também para seus relacionamentos afetivos. É aqui que faço um apelo aos casais cristãos para que sigam um caminho diferente, um caminho desbravado por Jesus Cristo, nosso Salvador.
Se você estiver casado ou prestes a se casar, e desejar percorrer no caminho pavimentado pelo nosso Salvador, a primeira etapa da caminhada rumo a verdadeira felicidade consiste em:
- “Sujeitem-se uns aos outros no temor de Cristo”3.
- Abra mão de sua própria vontade, não seja egoísta.
- Lembre-se de que, quando tentados a falar de maneira impensada, é melhor ficar em silêncio.
- Cultive o cuidado com suas palavras e ações.
- Promova o amor em seu lar todos os dias4.
- Quando os desafios surgirem, ore. A oração é uma tecnologia de origem divina por isso seu uso é inesgotável e sem riscos de se tornar obsoleta. Como seu uso não tem contraindicações, use sem economias.
Espero que esse texto tenha feito sentido para você. Eu tenho razões para crer que esse é o caminho para mantermos relacionamentos saudáveis em um mundo cada vez mais conectado com a vida virtual, e mais desconectado com a vida real.
Se você leu até aqui meus parabéns! Espero que as pessoas do seu convívio tenha a mesma disposição reflexiva que você. E se não tiverem, sei que você seguirá buscando meios de os ajudar a sair do modo automático de vida que eles possam estar vivendo.
Acerca do que tratei até aqui, o que você entende ser de maior importância para sua vida? Você já está vivendo em conformidade desta resposta, ou está em busca de se adequar a essa realidade?
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No mais, sigamos vivendo tão somente para honra e glória de Deus,
Que o amor por Cristo seja nossa motivação!
Referências
1.https://www.bbc.com/portuguese/geral-54736513
2.Herbert Marshall Mcluhan. Os meios de comunicação com extensões do homem (Tradução de: Décio Pignatari. 17. Ed. São Paulo – SP: Cultrix, 1969), p. 178.
3.Efésios 5.21, (NAA)
4.Ellen G. WHITE, Filhas de Deus: Mensagens especiais para mulheres (Tatuí, SP: Casa Publicadora Brasileira, 2008), p. 148-150.