Um resumo do sermão de abertura do In Mission 2025
Um resumo do sermão de abertura do In Mission 2025

Um resumo do sermão de abertura do In Mission 2025

Em um mundo que corre, produz e consome em ritmo acelerado, não é difícil que também o ministério se veja tentado a funcionar mais por prazos do que por propósitos. A recente abertura do In Mission 2025 no UNASP nos confrontou com verdades inquietantes, mas necessárias. Entre elas, uma estatística alarmante: em 2024, um quinto das igrejas adventistas organizadas na América do Sul não realizou um único batismo. Isso não é apenas um número — é um grito. Como foi dito na mensagem: “Uma igreja que deixa de batizar é uma igreja que começa a morrer.” Mas, antes de emitirmos o obituário de tal congregação, penso ser importante buscar entender: o que leva uma comunidade a não batizar ninguém ao longo de um ano?

É nesse cenário que surgem perguntas que não podem ser ignoradas — perguntas levantadas pelo próprio pregador: “Estamos liderando sem deixar marcas? Seremos lembrados pelas funções que ocupamos ou pela missão que cumprimos? Quando o ministério se reduz a uma função sem frutos, o legado morre” — mesmo que não tenha sido emitido o obituário. E ainda uma pergunta a mais penso ser pertinente: seria o batismo o fruto mencionado por Jesus?

Essa reflexão não é apenas institucional, é profundamente pessoal. E o pregador continuou: “E se tudo o que restar do meu ministério forem números, prazos e planejamentos impecáveis, mas sem transformação de vidas? Deus está mais preocupado com o evangelista do que com o evangelismo.”

O pregador seguiu apelando e advertindo ao afirmar: “A pregação bíblica não é pano de fundo para o que desejamos comunicar; ela deve ser a única e principal mensagem a ser comunicada. O púlpito deve ser a continuação do que somos no privado. Caso contrário, será apenas espetáculo — que não resultará em nenhum legado.”

Nosso chamado é urgente, mas não mecânico. Não está nas mãos dos maus determinar o fim do mundo, mas está em nossas mãos a responsabilidade de apressar esse fim pela pregação do evangelho. Bem, essa ênfase parece se contrapor, em alguma medida, ao que escreveu o Pr. Alejandro Bullón no livro A Alegria de Testemunhar — mas não entrarei nessa consideração agora. Afinal, é um fato que o cumprimento da Grande Comissão é algo que não pode ser adiado.

Para tanto, a missão exige espiritualidade antes da funcionalidade. Quando o Pr. Rafael Rossi, evangelista da DSA (Divisão Sul-Americana, escritório da IASD responsável por oito países da América do Sul), foi nomeado, ouviu de um amigo uma sugestão de oração composta por quatro pedidos: ore por humildade, paixão, pureza e foco. Esses continuam sendo os fundamentos de um ministério que transforma e deixa legado. Um legado que, por exemplo, não encontramos nas lideranças de Tola e Jair, conforme lemos em Juízes 10.1-5. Dois líderes que, juntos, somaram 45 anos no comando, mas sobre os quais a Bíblia não registra nenhum feito — apenas que ocuparam a função.

No fim, a verdadeira pergunta que precisa ecoar dentro de cada um de nós é: “O que você está fazendo pelos outros? Sua igreja ficou melhor depois da sua chegada ou apenas diferente? Estamos formando discípulos ou apenas finalizando projetos?”

Espero que este resumo da pregação feita pelo Pr. Rafael Rossi na abertura do IN Mission 2025 nos ajude a avançar no cumprimento da missão para a glória de Deus, e não em um desgaste inútil de querer tornar grande o reino dos homens. Afinal, ministério que só entrega relatórios, mas não forma pessoas, é ministério de curto prazo. E o Reino de Deus exige compromisso para eternidade.

Com estima cristã, Reynan Matos

No mais, sigamos vivendo tão somente para honra e glória de Deus,
Que o amor por Cristo seja nossa motivação!

Fonte: Pregação de abertura do In Mission 2025